domingo, 24 de outubro de 2010

Porque as amizades morrem?

Diretamente, as respostas são muito vagas.


Indiretamente, as minhas respostas são baseadas na minha saudade.
Certa vez houve um momento de plena e satisfatória união e segurança, onde nada fazia sentido senão a confiança e certeza de que nunca seria abalada. Tudo que dizia respeito era fruto de sinceridade e tanta compaixão que era até assustador ver que as coisas e a situação andava de bom a melhor.
Os dias foram passando, e como tudo na vida, a medida que caminhávamos encontramos muitas pedras e algumas montanhas. As montanhas enxergávamos de longe, sobrando enfim os tropeços nas pequenas pedras, o que levou a tombos e a feridas que, em mim, até hoje não cicatrizaram pela saudade e vontade de ter novamente esse laço. Existe arrependimento e tristeza. Existe uma parte do coração que está reservada e permanece apertada enquanto há esperança de reaver a situação, que no fundo, sei que está tão morta quanto a distância que existe entre nossas almas.
Ter uma amiga nem sempre significa ter alguém para conversar e para trocar peças de roupa. Ter uma amiga, que não seja a mãe da gente nem nossa irmã, significa poder escolher quem você quer convidar a misturar seu sangue de forma a realizar um pacto de sentimentos individuais, porém, de eterna união.
Estou com uma vontade imensa de chorar.
A lembrança que existe lá dentro do hipocampo do meu cérebro insiste em dar a sua graça quando eu menos espero. Todos os risos e sorrisos, os bilhetes, o andar inocente de braços dados entre duas amigas, que hoje em dia é tão preconceituoso, as brincadeiras, o ombro, o olhar, as mãos, a caligrafia, a inteligência, a burrice, a ignorância e o choro...tudo é filtrado constantemente e relembrado em detalhes, detalhes que cortam e abrem rasgos enormes no coração de quem nunca aprendeu e será incapaz de aprender um dia a não perdoar.
Quando uma amizade acaba uma parte do mundo deixa de existir, uma multidão morre, várias conexões se tornam desconexas, e uma escuridão toma conta do corpo, aquela parte onde enxergávamos lindos planos, onde ouvíamos gargalhadas, onde falávamos sobre o futuro, onde andávamos sobre o mesmo chão, se torna uma máquina que sem controle se programa sozinha para disparar seus alertas quando bem entende.
Eu sou a prova que o ser humano não tem controle sobre si. Somos tão libertos pelos sentimentos, quanto fechados pelo inconsciente que existe em nós. Somos tão inteligentes quanto os restritos 10% do nosso cérebro que  é usado. Somos tão insensíveis quanto a nossa sincera arrogância  e tão sensíveis quanto ao nosso medo de expressar nossa vontade de voltar atrás e corrigir os erros.
Uma amizade morre por que somos incapazes de pensar a longo prazo quando acreditamos que agora tudo está maravilhoso. Uma amizade acaba por que permitimos que a confiança seja posta a prova a ponto de estarmos sempre seguros que seremos a mesma pessoa para sempre. Nós nunca seremos os mesmos. Nós nunca olharemos para trás sem ter mudado sequer um conceito ainda que isso seja nosso maior segredo.
Os detalhes foram as maiores obras de Deus, é no detalhe que lembramos de coisas incomparáveis, momentos que jamais poderão ser revividos, e pessoas insubstituíveis.
Quando Deus criou o ser humano, criou muitos detalhes, nossas digitais, nossa íris, nossos lábios e o nosso DNA são tão minuciosos quanto a nossa capacidade de amar e o nosso desejo de ser amado, mas são também tão frágeis quanto a coragem que precisamos criar no momento de dizer a um amigo, principalmente hoje em dia, o quanto o amamos.
Uma amizade morre por culpa, por medo, por arrependimento, por falta de palavras e por mil motivos. Uma amizade não morre por apenas um motivo.
Ninguém é amigo sozinho. Os motivos para ser amigo de alguém são construídos por ambas as partes. Eu só preciso do outro lado.


Deise Alves.

domingo, 17 de outubro de 2010

Amar é só uma vez

Por mais que as pessoas pratiquem coisas contra você em um período, você pensa que elas não voltarão mais por decisão sua, porem, é uma enganação, porque isso não depende de você, podem passar anos, milhões de momentos com inúmeras pessoas, ela não saiu dali.

Então, não adianta achar que não vai voltar porque não saiu do lugar e isso a gente só entende quando acontece, quando a gente percebe que amou.

Amar é só uma vez.

Se eu não te amasse eu não teria sofrido tanto, se eu não te amasse eu não ficaria me odiando, se eu não te amasse, eu esqueceria de tudo.
Se eu não te amasse, eu não sentiria falta de ouvir sua voz, de ver fotos suas, só porque eu não posso ficar a cada segundo ao seu lado.
Se eu não te amasse, eu não estaria aqui dizendo tudo isso.
Se eu não te amasse, eu diria que tudo isso que estou dizendo está errado.
Se eu não te amasse pra mim isso seria mentira, e não está sendo.

Porque a cada pingo de maturidade que eu tenho, eu percebo que só amei uma vez.

E por fim, se eu não te amasse, eu não tentaria esquecer você, porque até hoje só existiu você.

Autor W.A.C