terça-feira, 6 de julho de 2010

Deus é um Verbo.

RESENHA

A CABANA, William P. Young, Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2008, 236 pág.
Quase 2 milhões de exemplares vendidos. Destaque especial vendas no Brasil desde que foi publicado por uma editora pequena nos Estados Unidos.

O livro que deve ser lido como uma oração, teve críticas e visões apresentadas tão devastadoras que foram capazes de despertar a curiosidade para a sua leitura como forma de desafiar o que teria de tão fantástico em uma descrição divina, como também teve descaso da parte daqueles que enxergam histórias que contam experiências, seja com Deus, subliminar, seja com os pés no chão, como sendo mais uma febre de auto-ajuda de que tanto a humanidade atual necessita.

Chama a atenção de todo tipo de leitor a forma atrevida com que Deus se relaciona direta e humanamente com um homem. O ser divino descendo ao mesmo patamar de nossa espécie, e na narrativa eis os esclarecimentos das diferenças e reais semelhanças entre nós e o sublime.

A princípio, o enredo centraliza a morte da filha mais nova de Mack, o que o faz se demitir de suas possibilidades de voltar a ser feliz. Mas é a forma como Missy morre que deixa Mack e toda a sua família e amigos abalados. Passados alguns anos, Mack recebe um bilhete aparentemente enviado por Deus, o que se torna real no momento em que Mack decide por à prova sua angustia e indagar àquele que tudo poderia ter evitado e não o fez.

Como qualquer um de nós, Mack sempre duvidou da possibilidade de Deus vir pessoalmente tirar qualquer história a limpo e nos colocar a par de suas decisões. O que ele nunca imaginava é que Deus, afim de provar seu amor e esclarecer cada dúvida de Mack, o colocou frente a tríade sagrada, O Pai, O Filho e O Espírito Santo. Conhecendo cada um individualmente, Mack pôde perceber que ele sem qualquer um dos três e qualquer um dos três sem algum deles não faz o menor sentido.

Nessa cachoeira de milagrosas emoções muitas dúvidas são dissipadas e os nós que havia em Mack são desfeitos de modo que cada um de nós nos vejamos nele, e sentimos cada nó em nosso ser desamarrar-se junto aos nós de Mack.

É de valor imensurável a leitura de A Cabana (The Shack). Cada palavra, cada reação às explicações nos faz decidir entre crêr ou não no que diz esse livro de ficção com histórias que são mais fatídicas e comuns do que imaginamos.

Finalmente, não convém debater e comparar o que é explicado ao que diz na bíblia, uma vez que acerca desta cada um delimita seu espaço sobre o que seguirá ou não, dotados de livre-arbítrio, nós, seres humanos não precisamos relacionar religiosidade com regras, nem experiências fictícias com acontecimentos reais.

A oração a ser feita a partir do primeiro capítulo é para ser sentida, saboreada e imaginada.
De nada adianta deliciar-se com o Mel e julgar a aparência das Abelhas.
http://www.theshackbook.com/

Deise Alves-Ribeirão Pires-SP

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