quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Idelaina Esméria Alves

Venho hoje por um motivo infeliz.
Idelaina Esméria Alves, a eterna VÓ DI, faleceu aos seus 84 anos, dia 30 de novembro de 2010, às 13 horas da tarde, em Volta Redonda-RJ.

No dia 5 de novembro, minha mãe foi visitá-la e lá ficou por 15 dias. Dia 20 de novembro, eu e meu pai fomos buscar minha mãe, e sem saber, eu vi minha vózinha pela última vez.
A primeira coisa que eu quero dizer aqui, é que hoje eu imaginei como foi a recepção do meu irmãozinho Adriano lá no céu quando ele viu a vó Di. Imagino ele dizendo "Nossa, vó, a senhora aqui, que saudade.", e ela dizendo "É meu filho, chegou a vez da vó.". Ai que tristeza aqui na terra e que alegria no céu.
Minha vó materna, dona Di, era do tipo paciente, porém muito teimosa, ela sempre cuidou da casa, dos filhos e do marido, meu avô Sebastião, que nunca conheci por ter falecido três anos antes de eu nascer.
Desde que eu nasci a aparência da minha avó sempre foi a mesma, baixinha, de vestido, de coque no longo cabelo que tinha, e um esboço de sorriso 24 horas por dia no rosto. Essa aparência mudou da última vez que a vi, há pouco mais de uma semana. A vó Di estava magrinha, mais que de costume, seus cabelos cairam e sobrou um cabelo curto e ralinho, ao redor de seus olhos um envolto escuro, no seu esboço de sorriso, um ar de cansaço.
Como será eternamente bom lembrar dela.
É indescritívelmente péssimo imaginar o que minha mãe está sentindo e me colocar no lugar dela é praticamente fincar uma faca no meu coração.
Sempre me lembrarei da atmosfera de aconchego que eu sentia ao chegar na casa da vó Di sempre que viajávamos para Volta Redonda. Sempre me lembrarei das conversas, dos conselhos, da mulher temente a Deus que minha vó sempre foi. Nunca me esquecerei da MELHOR BATATA FRITA QUE EU JÁ COMI NA VIDA.
[...]


Acho que a única coisa que minha mãe não aprendeu com minha avó foi a fazer aquela batata frita incomparável. A minha vózinha sabia que eu idolatrava a batatinha dela.
Não me lembro a última vez que comi a comida da minha avó. Há algum tempo ela não cozinhava mais.
Eu me orgulho de ser a neta mais nova da minha vó Di, eu tenho 20 anos, e eu quero um dia poder ver e conversar com minha neta mais nova aos 20 anos de idade.
Choro agora não só pela tristeza de não ter mais a vó Di, e por saber que a próxima vez que eu for na casa dela, e naquela cidade, tudo será diferente, não, eu choro também de alegria, por saber que ela se foi de velhice, de cansaço, de ter vivido muitos anos e ter tido muitas alegrias, embora sua vida não ter sido nem um pouco fácil em nenhum momento. Eu peço a Deus que meus pais morram de velhice, de não aguentarem mais, isso sim é viver, é aproveitar até o último instante, vivendo.
Estou perdendo as palavras e por este motivo quero dizer que o que está guardado em mim, morrerá comigo, as lembranças, as histórias, a voz, a textura da pele, o riso, a organização, tudo que diz respeito a vó Di, neste momento, e enquanto eu viver estará nítido em minha memória, assim como tudo que preservo do meu irmão, saudoso Guegué, como eu chamava o Adriano.
Eu peço a Deus que ilumine o caminho da minha amada avó, e que todo amor que eu ainda tenho no meu peito seja depositado na única avó que me resta, minha vó Emirene, pois avô eu só conheci um, e ele faleceu em 2002.
Que Deus guarde ao lado de todos os entes queridos, o espírito da minha vózinha, e que quando eu chegar lá eu sinta a mesma alegria que ela está sentindo, e a mesma tristeza que ela sabe que todos nós aqui estamos sentindo.
Minha vó deixou 4 filhas e 1 filho, 11 netos e 8 bisnetos e 2 bisnetos a caminho.

*07/01/1926 +30/11/2010
Três Gerações...

EU TE AMO VÓ! Fica Com Deus! Olha por Mim ao lado dele. Adeus.

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